A edição 2018 da Bienal de Quadrinhos de Curitiba mal tinha acabado, mas as malas já estavam prontas para uma viagem até Foz do Iguaçu (PR). A 14ª Feira Internacional do Livro - Foz do Iguaçu aconteceu entre os dias 16 e 24 de setembro na cidade do extremo oeste do estado. E a Bienal, com muito orgulho, foi uma das participantes do evento.
O uruguaio Troche, o mineiro-paraense Gidalti Jr., vencedor do prêmio Jabuti pela obra “Castanha do Pará”, Danilo Beyruth, autor de “Bando de Dois” e Ibraim Roberson, ilustrador de vários clássicos da Marvel e da DC Comics, foram os convidados. Oficinas, palestras, exposições e sessões de autógrafos animaram e envolveram o público. Todas as atividades foram gratuitas, e uma Gibiteca móvel circulou pelo Complexo Bordin, local da Feira.
Quem diria que, em novembro de 2018, David Lloyd daria um rolezinho por Pato Branco. Pois aconteceu. O ilustre artista britânico, ilustrador de “V de Vingança”, clássica HQ de Alan Moore lançada em 1982, foi o principal convidado da Bienal Circula, que levou palestras, exposições e sessões de autógrafos à cidade do sudoeste do Paraná.
A Bienal de Quadrinhos de Curitiba deu uma esticadinha até o interior a convite da Inventum – Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pato Branco. Foram doze os convidados nacionais, entre eles Lelis (MG), Vitor Cafaggi (MG), Carol Ito (SP) e Ibraim Roberson, Key Imaguire Jr., Fulvio Pacheco, Raphaela Corsi (Karmaleão), Felipe 5horas, João Ferreira e Rodrigo M. Campos, todos estes do Paraná.
Durante os quatro dias de evento, David Lloyd autografou HQs e divulgou a plataforma de quadrinhos digitais Aces Weekly (acesweekly.com). Raquel Motta e Marcos Vinicius Silva, criadores do jogo “Angola Janga: Picada dos Sonhos”, inspirado na obra premiada “Angola Janga: Uma História de Palmares”, de Marcelo D’Salete, também marcaram presença.
Duas ações de maior sucesso da Bienal movimentaram a feira: a Gibikids, voltada ao público infantil; e a Bienal Publica! Pato Branco, atividade que tem a premissa de democratizar a cultura e a criação artística por meio da autopublicação.
Descentralizar o acesso à arte e produzir obras coletivas. Estas são premissas da Bienal Circula, ação que integrou a programação da 6ª Bienal de Quadrinhos – Online. As intervenções visuais aconteceram em Araucária e em São José dos Pinhais, cidades da região metropolitana de Curitiba, e envolveram alunos de oficinas e artistas locais. Os preparativos foram desenvolvidos de forma online, devido à pandemia, e as obras resultantes foram executadas em espaços públicos das cidades.
Em Araucária, a obra “Garupa do Lobisomem” esteve nos muros da CEU – Centro de Artes e Esportes Unificado, na Rua Beija-Flor. Esta exposição pública foi resultado da soma da inspiração dos artistas Diego Gerlach, Fulvio Pacheco, Douglas e Rico. Eles perceberam que, apesar de estarem em cenários tão distantes e diferentes, o imaginário popular da lenda do Lobisomem era comum. Fúlvio trouxe a técnica do stêncil, Gerlach e Douglas contribuíram com imagens de seus contos e quadrinhos. Rico executou os lambe-lambes e incorporou à obra um texto do historiador Romão Wachovicz, de 1975, e seus próprios relatos em forma de crônica. O resultado final foi um painel com formato misto de todas essas linguagens.
Em São José dos Pinhais, a intervenção foi realizada a partir do encontro entre os artistas ministrantes e os alunos das oficinas da Bienal Circula: “Clube de Leitura”, com Raphaela Corsi (Karmaleão), “Criação de Personagens”, com Orlando Muzg, e “Abordagens do Zine”, com Aline Lemos. Os artistas construíram, juntos, colagens com os materiais produzido nas oficinas, que foram aplicadas no muro do Centro da Juventude, em formato de lambes, e também publicadas no Zine dos Pinhais. O Centro da Juventude fica na Rua Leôncio Correia, nº 311, em São José dos Pinhais. “Sempre estive conectado com o espaço urbano, cenário e palco onde me sinto mais à vontade para me expressar e me comunicar com o público”, diz Orlando Muzca (a.k.a Muzg), artista de São José dos Pinhais.