2011
A estreia comprovou o que já se suspeitava: um evento extenso de quadrinhos, e pelos quadrinhos, se fazia necessário. O primeiro encontro chacoalhou Curitiba e trouxe à cidade Hervé Bourhis (França), Fabio Civitelli e Lucio Filippucci (Itália), Jens Hardes (Alemanha) e Salvador Sanz (Argentina), além de 40 convidados nacionais – entre eles Lourenço Mutarelli.
O projeto-piloto, criado sob o título Gibicon - 0, ocupou diversos espaços de Curitiba com debates, encontros e a valorização das HQs como arte maior. Mais de 10 mil pessoas participaram de 11 exposições, 11 oficinas e 20 debates e palestras. Atividades como mostra de filmes, feira literária, sessão de autógrafos, avaliação de portfólio e a Gibikids, pensado exclusivamente para o público infantil, deram ao evento um caráter amplo e democrático, características que se mantêm até hoje.
A sementinha brotou. Em 2012, a então Gibicon - 1 comemorou os 30 anos da Gibiteca de Curitiba, a primeira do Brasil. Pedra fundamental na consolidação da produção e divulgação dos quadrinhos na cidade, a Gibiteca foi idealizada pelo arquiteto, colecionador e crítico de quadrinhos Key Imaguire Jr.
Em dias de celebração, foram mais de 100 convidados nacionais, como Gonçalo Jr. e Sonya Luyten, e sete internacionais, entre eles Tanino Liberatore (Itália) e Isabel Kreitz (Alemanha).
O público aumentou, o que constatou a demanda por eventos de HQ e o sucesso do formato da Bienal: 12 mil pessoas acompanharam as 11 exposições, 11 oficinas, 30 debates e 16 palestras, além de todas as ações paralelas consolidadas a partir desta edição. Em 2013, a legitimação: o evento venceu os dois principais prêmios nacionais de quadrinhos: o Troféu ngelo Agostini e o Troféu HQMIX.
2012
Vídeo Oficial Gibicon 1
2014
Consolidada, a Gibicon - 2 não teve alternativa a não ser expandir horizontes. Foi fundamental a concentração das atividades no MuMA – Museu Municipal de Arte – Portão Cultural, que ferveu por quatro dias, com 49 oficinas, 33 debates e 16 palestras. Com sua arquitetura moderna e providencial, um amplo espaço externo, salas expositivas, anfiteatro e cinema, o MuMA se tornou a casa da Bienal. Naquela edição, foram 104 convidados nacionais. Entre os estrangeiros, os destaques foram o inglês David Lloyd, o artista coreano Kim Jung Gi, e o argentino Eduardo Risso. Ainda naquele ano, foi criado o Prêmio Cláudio Seto de Quadrinhos, idealizado para homenagear os profissionais e as publicações de HQs do Brasil. O nome do prêmio relembra os feitos de Claudio Seto, diretor de arte e quadrinista criativo na profícua editora Grafipar. O cartunista curitibano Solda estreou a leva de homenagens, e foi o primeiro a receber o Prêmio Claudio Seto de Quadrinhos. Findada a edição, estava claro: a afetividade e o compartilhamento de ideias eram as principais ferramentas para aprofundar os diálogos e expandir ainda mais o que o encontro bienal se propõe a oferecer.
Baixe gratuitamente o programa 2014Vídeo Oficial Gibicon 2
Mudar para crescer. Em 2016, em sua quarta edição, a Gibicon se torna Bienal de Quadrinhos de Curitiba, redesenhando sua interação com a cidade, os projetos de continuidade e a articulação com diferentes parceiros realizadores do evento. A equipe de curadoria aumentou, em número e em experiência: Mitie Taketani, Rafael Coutinho, Heitor Pitombo, Lobo e André Caliman. Foram 153 os convidados nacionais, entre eles Laerte e Jaguar. E 7 os internacionais, como o autor catalão Joan Cornellà. O evento foi realizado novamente no MuMA. Na programação, 13 exposições, 32 oficinas, 36 debates, 15 palestras, 10 shows e três peças de teatro, além de uma nova edição do prêmio Claudio Seto, que desta vez homenageou o artista carioca Benício. Na final do Duelo HQ, duas mulheres simbolizaram a força e a relevância da produção feminina de quadrinhos. Entre as novidades, houve o Palco Ocupa, espaço aberto para debates sobre a arte do desenho, atualidades, música e performances. Outra experiência inédita foi a Bienal Publica!, projeto em que novos talentos de todo o Brasil publicaram seus trabalhos em quadrinhos, de forma gratuita. A edição 2016 teve um público estimado de 30 mil pessoas.
Baixe gratuitamente o programa 20162016
Vídeo Oficial Bienal de Quadrinhos 2016
2018
Na edição de 2018, a Bienal de Quadrinhos de Curitiba se consolidou como evento fundamental para o debate e a divulgação de importantes autores nacionais cujas obras dialogam com a nossa própria história. Com mais de 60 artistas convidados, como Gidalti Jr., autor de “Castanha do Pará” (primeira obra ganhadora da categoria História em Quadrinhos do Prêmio Jabuti), e Marcelo D’Salete (vencedor do prêmio Eisner com “Cumbe”), a Bienal de Quadrinhos 2018 aconteceu novamente no MuMA, sob curadoria de Mitie Taketani e Érico Assis. Uma novidade foi a criação de uma residência artística em parceria com o SESI, com participação de Luli, Guazzelli, Marcelo Quintanilha e Guilherme Caldas – cujos resultados criativos também foram exibidos na Bienal. Os homenageados da edição foram Key Imaguire Jr., idealizador da Gibiteca de Curitiba, a primeira do Brasil; e Júlio Shimamoto, lendário artista paulistano mestre dos quadrinhos de terror. Com o tema “Cidade em Quadrinhos”, a Bienal utilizou produtivamente diversos espaços públicos e privados de Curitiba, por sua vez retratados por artistas que entendem que podemos transformar positivamente o lugar em que vivemos.
Com um passado de sucesso e um futuro promissor, a Bienal de Quadrinhos de Curitiba seguiu sua jornada consolidada de formação, troca, divulgação e encontros transformadores.
Em meio à pandemia e a pandemônios, a Bienal de Quadrinhos de Curitiba se reinventou. Quatro dias de ações online, com 30 convidados nacionais e internacionais, transformaram o evento para que ele continuasse, mesmo que a distância, a incentivar, debater, divulgar e refletir sobre a produção de quadrinhos no Brasil e no mundo.
A 6.ª edição da Bienal de Quadrinhos, realizada totalmente online, ganhou forma definitiva e apresentou cinco meses de intensa programação cultural gratuita sobre o tema Música & Quadrinhos, com participação de cerca de 140 artistas nacionais e internacionais. Da residência artística ao lançamento de uma coletânea inédita com obras de Luiz Gê – homenageado da edição, houve também a MUVUCA, a feira de HQs online, palestras, debates e oficinas e a cocriação de obras e ações formativas voltadas ao público de cidades da região metropolitana de Curitiba.
Comprovando seu compromisso com a formação cultural e ações continuadas, a Bienal de Quadrinhos Online também celebrou os 10 anos de vida da Bienal de Quadrinhos.
Link da programação2020
2023
Depois de duas edições online durante a pandemia (2020 e 2021), e cinco anos desde sua última edição presencial, em 2018, a Bienal de Quadrinhos de Curitiba retornou para casa, e retomou a sua essência, agora com mais amplitude e inclusão.
Com o tema “Existências, Resistências: corpos plurais, quadrinhos plurais”, a homenageada da edição foi a grande letrista Lilian Mitsunaga, responsável pelo letreiramento das edições brasileiras dos quadrinhos da Disney e criadora de inúmeras fontes para as HQs brasileiras e também para traduções. Com a curadoria formada só por mulheres: Mitie Taketani, Maria Clara Carneiro e Dandara Palankof trouxeram representatividade como ponto de partida da curadoria para dar visibilidade às várias manifestações artísticas do Brasil e de outros países. Recorte idealizado não só para a produção feita por mulheres, mas para todas essas forças invisibilizadas pelo discurso patriarcal: tanto a autoria quanto as representações de mulheres (cis e trans), de pessoas não-binárias, e também das pessoas invisibilizadas pelo mesmo discurso patriarcal, como povos originários, pessoas negras e trabalhadores dos serviços marginalizados.
Com 10 exposições, 45 artistas nacionais e 06 artistas internacionais, a Bienal marcou o reencontro de autores e público, numa edição de retomada dos eventos presenciais e a volta de incentivos à cultura no Brasil.
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